domingo, 29 de agosto de 2010
CARTAS DE AMOR
- Eu estudava á tarde, um dia cheguei para a aula, coloquei os meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas “ a colega da tarde”. E era uma carta de amor. De amor não; de paixão. Paixão ardente, incontida, transbordante, À qual eu não tive a menor dificuldade de responder.
- Iniciou- se assim uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se imterompendo nem com as provas, nem com as férias em julho. À medida que o ano ia chegando ao seu fim, o número de cartas iam crescendo. Cheguei à conclusão de que precisava conhecer o meu misterioso correspondente, aquele belo da manhã que me encantava com suas frases.
- Mas... Seria realmente belo? A julgar pela letra, sim; eu até o imaginava como um menino alto, magro, branco, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano pode ser trágico. Além disto, eu já tinha um namorado que não escrevia, mas era igualmente caloroso.
- Opitei, portanto, pelo misterio, pelo “nunca te vi, sempre te amei”. A minha história de amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes historias de amor.
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